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Como proteger seu bolso da inflação?

A inflação corrói o poder de compra de valores que permanecem fixos ao longo do tempo. A regra vale para aplicações em ativos que pagam um rendimento que independe da taxa de inflação.

Por exemplo, deixar suas economias na forma de dinheiro vivo ou em conta corrente é particularmente custoso em ambientes de inflação alta. Afinal, o poder de compra desses recursos vai caindo muito ao longo do tempo. Outras aplicações financeiras que pagam juros (como títulos públicos) podem ser uma alternativa para proteção contra a inflação. A taxa de juros dessa opção tende a subir junto com a inflação, uma vez que investidores demandam retornos mais altos para compensar a perda de poder de compra ocorrida ao longo do tempo.

Mas esses ativos não necessariamente protegem o investidor do risco da inflação. Em outras palavras, se a taxa de juros é fixada no momento do investimento e ocorre uma inflação maior que a esperada o investidor perde. E, por outro lado, ele ganha se a inflação ficar abaixo do esperado.

Para se proteger dessa volatilidade, a pessoa pode investir em títulos que pagam juros que se ajustam de acordo com a taxa de inflação do período. Por exemplo, o governo brasileiro vende um título chamado Tesouro IPCA+. E esse papel possui um componente que varia junto com a inflação.

Mas não é tão fácil assim também. Segurar esses ativos que pagam juros tem um custo. Dinheiro vivo e em conta corrente possui liquidez imediata. Quer dizer, são aceitos em quase todo canto. Esse fator possibilita fazer as mais variadas transações. No entanto, nem sempre é possível (sem custo e rapidamente) tirar dinheiro de uma aplicação financeira para fazer uma compra corriqueira, como ir ao açougue ou à padaria.

Outro ponto relevante: produtos financeiros mais sofisticados são, em geral, restritos a pessoas de renda mais alta. Os mais pobres dificilmente buscam aplicações desse tipo ou por falta de acesso ao setor financeiro ou por desconhecimento. Dessa forma, quando a inflação sobe demais, apenas os mais ricos conseguem se proteger dela. E a distribuição de renda, claro, pode piorar.

Empresas e fixadores de preços também se protegem contra a inflação. Promovem reajustes mais frequentes para acompanhar a inflação mais de perto e diminuir perdas. Além disso, num ambiente volátil, fica difícil ter uma referência clara de que preço cobrar – principalmente porque não dá para saber muito bem os preços dos competidores, que estão mudando o tempo todo.

Nessas condições, empresas recorrem à chamada indexação. Esse termo representa reajustes de preços feitos de acordo com alguma informação agregada da economia – por exemplo, algum índice de preços, como o já citado IPCA. Na prática: se determinado valor for indexado ao IPCA, a cada vez que o IPCA sobe, por exemplo, 13%, esse valor será reajustado também em 13%.

Em hiperinflações fica mais claro. Quando ela acontece, a moeda doméstica perde toda a sua função em referenciar preços. E as firmas começam a fazer reajustes com base na cotação de alguma moeda estrangeira, como o dólar.

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