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Outros instrumentos de política monetária

Além das operações de mercado aberto, o Banco Central tem outras duas ferramentas para a implementação de política monetária: a taxa de redesconto e o compulsório.

Além de tomar empréstimos overnight, um banco também pode recorrer diretamente a empréstimos junto ao Banco Central, a uma taxa maior que a SELIC. Essa é a chamada taxa de redesconto. O Banco Central é o chamado emprestador em última instância: se um banco não consegue tomar emprestado dos outros bancos no overnight, ele pode recorrer ao Banco Central, mas paga uma taxa mais alta por isso. Ao reduzir a taxa de redesconto, o Banco Central incentiva a tomada de empréstimos por parte dos bancos, desse modo injetando moeda na economia. Por outro lado, o aumento da taxa de redesconto desestimula esse tipo de empréstimo, diminuindo assim a criação de moeda.

Uma taxa de redesconto mais alta também desestimula os bancos a se arriscar a ficar sem reservas no fim do dia. Para evitar essa situação eles voluntariamente manterão mais reservas. Como vimos no cartão anterior, isso reduz o multiplicador monetário e o processo de geração de moeda dentro dos bancos.

O Banco Central também pode alterar a proporção de reservas compulsórias que os bancos são obrigados a ter. Mais uma vez, quanto maiores forem as reservas mantidas pelos bancos, menor será o multiplicador monetário do sistema bancário. Logo, a elevação do compulsório tende a retirar moeda da economia, enquanto a sua redução tente a aumentá-la.

É importante ressaltar, porém, que o multiplicador monetário depende da quantidade total de reservas, compulsórias e voluntárias, de modo que variações no compulsório podem ter seu efeito diminuído ou mitigado por alterações nas reservas voluntárias. Por exemplo: se o compulsório foi elevado de 20% para 25% e as reservas voluntárias se reduziram de 10% para 5%, não há efeito algum no multiplicador monetário e tampouco na quantidade de moeda da economia.

 

Estes Cartões PQ? foram elaborados por Mauro Rodrigues e Gabriel Oliva, economista e mestrando da USP

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