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Como a Tragédia dos Comuns explica os problemas ambientais?


Você já ouviu falar sobre a Tragédia dos Comuns? Acontece quando os mesmos recursos são compartilhados por várias pessoas. Nesse caso, a decisão de alguém em busca de benefício individual pode trazer consequências negativas para todos ao redor.

Já tratamos disso em outra oportunidade, numa analogia com a crise dos estados no Brasil. Mas esse conceito ajuda a entender muitos outros dilemas sociais, com destaque para os problemas ambientais.

Por exemplo, imagine uma pessoa nascida próxima à floresta. Sempre morou ali, vive do que a natureza dá. Digamos ainda que a fiscalização ambiental nessa região seja falha. Ou que, quando um fiscal vem, o suborno saia bem mais em conta que uma eventual multa. Para essa pessoa, árvore plantada não significa muita coisa; já árvore derrubada dentro de um caminhão equivale a dinheiro no bolso. Que incentivo esse cidadão tem para não desmatar? Dizer a ele que os impactos ambientais serão compartilhados por todos pode não ser um argumento forte o suficiente.

O mesmo vale para quem não trata o ar poluído que joga na atmosfera ou o esgoto que despeja nos rios. São atitudes que podem trazer ganhos individuais, como uma diminuição de custos de produção, mas certamente prejudicam a todos nós, que, afinal, dependemos de ar e água para sobreviver.

Parte da solução está na mudança dos incentivos. Se um produtor tiver a certeza da punição caso não respeite a lei, pesará melhor sua decisão de desmatar. E se multas pesadas forem impostas? Aí o incentivo muda de vez: poluir tem um custo maior do que não poluir.

Problema resolvido? Não. Apenas parte do problema está na falta de incentivos para andar na linha. Joga ainda contra a preservação do meio ambiente a tal “pós-verdade”. A temperatura média do planeta Terra em 2016 ficou cerca de 1°C acima da média registrada ao longo do século 20. Nos últimos três anos, recordes sucessivos foram batidos. Quem diz isso? A Agência de Oceanos e Atmosfera dos Estados Unidos, a Organização Meteorológica Mundial, a Nasa e o Met Office, do Reino Unido - leia mais aqui.

Mas, mesmo diante de dados empíricos, de fatos, os meteorologistas de internet – incluindo aí o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump – garantem: tudo isso não passa de ficção, balela, conspiração internacional e outras teorias conspiratórias.

Isso traz dois problemas práticos. Primeiro, quando mudanças climáticas são desacreditadas por lideranças influentes como o presidente dos Estados Unidos, políticas efetivas de preservação ambiental podem perder força e deixar de serem adotadas no mundo todo. Em segundo lugar, convenhamos, é bem difícil conscientizar uma pessoa sobre um fato quando a fé e a ideologia são soberanas para ela. Existe um, digamos, custo moral em poluir.

Mudanças climáticas causadas pelo ser humano só podem ser consideradas na hora da decisão de poluir ou não se a pessoa acreditar que essa tese é real. Se a pessoa não leva isso muito a sério... por que não derrubar uma árvore e vender? Pergunto a vocês: será que vale aplicar a Tragédia dos Comuns a políticos que legitimam narrativas mentirosas?

A proliferação de fake news traz efeitos colaterais para todos nós. No caso de Trump e seu negacionismo sobre o aquecimento global, não só para 7 bilhões, mas, inclusive, para gerações futuras.

* Sugere mais algum exemplo? Deixe aí nos comentários!


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Como a Tragédia dos Comuns explica os problemas ambientais?

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Você já ouviu falar sobre a Tragédia dos Comuns? Acontece quando os mesmos recursos são compartilhados por várias pessoas. Nesse caso, a decisão de alguém em busca de benefício individual pode trazer consequências negativas para todos ao redor.

Já tratamos disso em outra oportunidade, numa analogia com a crise dos estados no Brasil. Mas esse conceito ajuda a entender muitos outros dilemas sociais, com destaque para os problemas ambientais.

Por exemplo, imagine uma pessoa nascida próxima à floresta. Sempre morou ali, vive do que a natureza dá. Digamos ainda que a fiscalização ambiental nessa região seja falha. Ou que, quando um fiscal vem, o suborno saia bem mais em conta que uma eventual multa. Para essa pessoa, árvore plantada não significa muita coisa; já árvore derrubada dentro de um caminhão equivale a dinheiro no bolso. Que incentivo esse cidadão tem para não desmatar? Dizer a ele que os impactos ambientais serão compartilhados por todos pode não ser um argumento forte o suficiente.

O mesmo vale para quem não trata o ar poluído que joga na atmosfera ou o esgoto que despeja nos rios. São atitudes que podem trazer ganhos individuais, como uma diminuição de custos de produção, mas certamente prejudicam a todos nós, que, afinal, dependemos de ar e água para sobreviver.

Parte da solução está na mudança dos incentivos. Se um produtor tiver a certeza da punição caso não respeite a lei, pesará melhor sua decisão de desmatar. E se multas pesadas forem impostas? Aí o incentivo muda de vez: poluir tem um custo maior do que não poluir.

Problema resolvido? Não. Apenas parte do problema está na falta de incentivos para andar na linha. Joga ainda contra a preservação do meio ambiente a tal “pós-verdade”. A temperatura média do planeta Terra em 2016 ficou cerca de 1°C acima da média registrada ao longo do século 20. Nos últimos três anos, recordes sucessivos foram batidos. Quem diz isso? A Agência de Oceanos e Atmosfera dos Estados Unidos, a Organização Meteorológica Mundial, a Nasa e o Met Office, do Reino Unido - leia mais aqui.

Mas, mesmo diante de dados empíricos, de fatos, os meteorologistas de internet – incluindo aí o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump – garantem: tudo isso não passa de ficção, balela, conspiração internacional e outras teorias conspiratórias.

Isso traz dois problemas práticos. Primeiro, quando mudanças climáticas são desacreditadas por lideranças influentes como o presidente dos Estados Unidos, políticas efetivas de preservação ambiental podem perder força e deixar de serem adotadas no mundo todo. Em segundo lugar, convenhamos, é bem difícil conscientizar uma pessoa sobre um fato quando a fé e a ideologia são soberanas para ela. Existe um, digamos, custo moral em poluir.

Mudanças climáticas causadas pelo ser humano só podem ser consideradas na hora da decisão de poluir ou não se a pessoa acreditar que essa tese é real. Se a pessoa não leva isso muito a sério... por que não derrubar uma árvore e vender? Pergunto a vocês: será que vale aplicar a Tragédia dos Comuns a políticos que legitimam narrativas mentirosas?

A proliferação de fake news traz efeitos colaterais para todos nós. No caso de Trump e seu negacionismo sobre o aquecimento global, não só para 7 bilhões, mas, inclusive, para gerações futuras.

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