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																																																	No Brasil, os investidores têm à sua disposição diversas opções de aplicações de renda fixa. Dentre elas, há duas modalidades principais, que têm a ver com a taxa de juros prometida:

Investimentos com taxas prefixadas: que pagam a taxa de juros fixada no momento da contratação.

Investimentos com taxas pós-fixadas: contam com retorno variável, especialmente em função de outras taxas de referência da economia. Isso significa que, nesses casos, taxa de juros não é conhecida no momento da contratação. Elas tendem a estar em função de outras taxas de referência da economia, como o CDI e a taxa Selic.

Ou seja, se essas taxas de referência sobem (ou caem), o retorno do investidor aumenta (ou diminui) depois que ele aportou o recurso. Mas nos investimentos com taxas prefixadas isso não ocorre: o retorno é sempre o mesmo, independentemente do que acontece com essas taxas.

LCI e LCA
Para entender melhor esse conceito, olharemos o que acontece com LCAs (Letras de Crédito do Agronegócio) e LCIs (Letras de Crédito Imobiliárias) pós-fixadas. Como o próprio nome diz, esses são instrumentos que permitem captar recursos para financiar o agronegócio e o setor imobiliário. Elas têm um atrativo particular: não há incidência de Imposto de Renda.

No caso de LCAs e LCIs pós-fixadas, o retorno é expresso como porcentagem do CDI (Certificado de Depósito Interbancário). Esse é um instrumento que permite aos bancos emprestar dinheiro entre si em prazos bem curtos – e há uma taxa por trás disso. Investidores individuais não podem comprar CDIs, mas a taxa deles embasa o retorno de outros ativos, como LCAs e LCIs pós-fixadas.

Por exemplo: suponha que você contrate hoje uma LCA que promete 90% do CDI daqui 3 anos (a data de vencimento). Se o CDI variar até lá, a taxa de juros paga pela LCA flutuará junto.

O CDI segue de perto o que acontece com a taxa básica da economia, a Selic, utilizada pelo Banco Central em suas ações de política monetária. E toda a expectativa é que a Selic caia nos próximos anos, dado que o Banco Central entende que aumentou os juros além do nível de longo prazo por causa da inflação alta.


Há outras opções de ativos pós-fixados no mercado, como os CDBs (Certificado de Depósito Bancário). Eles são instrumentos que permitem aos bancos captar recursos junto a investidores, e suas versões pós-fixadas também têm como referência o CDI. 

Mas a comparação com LCIs/LCAs não é tão simples, já que sobre CDBs incide Imposto de Renda (como dissemos, LCAs e LCIs são isentas). Se o investidor deixar o dinheiro investido por mais de 2 anos, a alíquota é de 15%. Para prazos menores, a alíquota é ainda mais alta.

Comparação entre LCA/LCI e CDB pós-fixado

Por exemplo, um CDB que paga 110% do CDI tem um retorno mais baixo do que uma LCA/LCI que paga 95% do CDI durante um período de 3 anos. Apesar de a comparação não ser direta, um ajuste simples ajuda a descobrir qual das opções tem taxas mais favoráveis. 

Pegue o rendimento do CDB e multiplique por 1 menos a alíquota de IR. Se a taxa da LCA/LCI for maior do que este valor, ela está pagando mais; caso contrário, o CDB tem rendimento mais elevado.

No exemplo acima, a taxa do CDB é de 110% da CDI, e a alíquota de IR é 15%. Fazendo a conta, temos 110% × (1 – 15%) = 93,5%. Portanto, LCAs com rendimento maior que 93,5% do CDI pagam mais do que o CDB mencionado.

Mesmo que LCAs e LCIs muitas vezes apresentem vantagens, o investidor precisa levar em conta sua liquidez relativamente baixa, isto é, o fato de que ele provavelmente só conseguirá retirar o dinheiro com juros no vencimento do ativo (no exemplo, só depois de 3 anos). Algumas dessas aplicações também requerem aportes mínimos, outro aspecto que deve ser ponderado pelo investidor. 

No gráfico abaixo fazemos uma comparação do valor recebido por um investidor que coloca R$ 1.000,00 em uma aplicação de renda fixa pós-fixada e a resgata depois de 3 anos. Consideramos diversas opções: LCA que paga 90% do CDI, LCA que paga 95% do CDI, CDB que paga 100% do CDI, CDB que paga 110% do CDI. Adicionamos ainda um investimento no Tesouro Direto, que paga a taxa Selic mais um adicional de 0,1142% ao ano, e um aporte na caderneta de poupança, que paga 0,5% ao mês mais a TR (taxa referencial, que também tende a se mover com a Selic e outras taxas de economia). Sobre o rendimento no Tesouro Direto incidem 15% de IR, enquanto a poupança é isenta.

Supomos que a taxa do CDI, a taxa Selic e a TR se mantêm constantes e iguais aos valores de 13 de junho de 2022, isto é, CDI a 12,65%, Selic a 12,75% ao ano, e TR a 0,17% ao mês. Como mencionamos, esses valores certamente mudarão ao longo do tempo. A ideia aqui não é calcular o valor exato, mas comparar os diversos investimentos: se as taxas acima mudam juntas, o valor final desses investimentos mudará, mas seu ranking, não.





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Como analisar a rentabilidade de LCIs e LCAs pós-fixadas | Gráfico da semana

No Brasil, os investidores têm à sua disposição diversas opções de aplicações de renda fixa. Dentre elas, há duas modalidades principais, que têm a ver com a taxa de juros prometida:

Investimentos com taxas prefixadas: que pagam a taxa de juros fixada no momento da contratação.

Investimentos com taxas pós-fixadas: contam com retorno variável, especialmente em função de outras taxas de referência da economia. Isso significa que, nesses casos, taxa de juros não é conhecida no momento da contratação. Elas tendem a estar em função de outras taxas de referência da economia, como o CDI e a taxa Selic.

Ou seja, se essas taxas de referência sobem (ou caem), o retorno do investidor aumenta (ou diminui) depois que ele aportou o recurso. Mas nos investimentos com taxas prefixadas isso não ocorre: o retorno é sempre o mesmo, independentemente do que acontece com essas taxas.

LCI e LCA
Para entender melhor esse conceito, olharemos o que acontece com LCAs (Letras de Crédito do Agronegócio) e LCIs (Letras de Crédito Imobiliárias) pós-fixadas. Como o próprio nome diz, esses são instrumentos que permitem captar recursos para financiar o agronegócio e o setor imobiliário. Elas têm um atrativo particular: não há incidência de Imposto de Renda.

No caso de LCAs e LCIs pós-fixadas, o retorno é expresso como porcentagem do CDI (Certificado de Depósito Interbancário). Esse é um instrumento que permite aos bancos emprestar dinheiro entre si em prazos bem curtos – e há uma taxa por trás disso. Investidores individuais não podem comprar CDIs, mas a taxa deles embasa o retorno de outros ativos, como LCAs e LCIs pós-fixadas.

Por exemplo: suponha que você contrate hoje uma LCA que promete 90% do CDI daqui 3 anos (a data de vencimento). Se o CDI variar até lá, a taxa de juros paga pela LCA flutuará junto.

O CDI segue de perto o que acontece com a taxa básica da economia, a Selic, utilizada pelo Banco Central em suas ações de política monetária. E toda a expectativa é que a Selic caia nos próximos anos, dado que o Banco Central entende que aumentou os juros além do nível de longo prazo por causa da inflação alta.

Há outras opções de ativos pós-fixados no mercado, como os CDBs (Certificado de Depósito Bancário). Eles são instrumentos que permitem aos bancos captar recursos junto a investidores, e suas versões pós-fixadas também têm como referência o CDI. 

Mas a comparação com LCIs/LCAs não é tão simples, já que sobre CDBs incide Imposto de Renda (como dissemos, LCAs e LCIs são isentas). Se o investidor deixar o dinheiro investido por mais de 2 anos, a alíquota é de 15%. Para prazos menores, a alíquota é ainda mais alta.

Comparação entre LCA/LCI e CDB pós-fixado

Por exemplo, um CDB que paga 110% do CDI tem um retorno mais baixo do que uma LCA/LCI que paga 95% do CDI durante um período de 3 anos. Apesar de a comparação não ser direta, um ajuste simples ajuda a descobrir qual das opções tem taxas mais favoráveis. 

Pegue o rendimento do CDB e multiplique por 1 menos a alíquota de IR. Se a taxa da LCA/LCI for maior do que este valor, ela está pagando mais; caso contrário, o CDB tem rendimento mais elevado.

No exemplo acima, a taxa do CDB é de 110% da CDI, e a alíquota de IR é 15%. Fazendo a conta, temos 110% × (1 – 15%) = 93,5%. Portanto, LCAs com rendimento maior que 93,5% do CDI pagam mais do que o CDB mencionado.

Mesmo que LCAs e LCIs muitas vezes apresentem vantagens, o investidor precisa levar em conta sua liquidez relativamente baixa, isto é, o fato de que ele provavelmente só conseguirá retirar o dinheiro com juros no vencimento do ativo (no exemplo, só depois de 3 anos). Algumas dessas aplicações também requerem aportes mínimos, outro aspecto que deve ser ponderado pelo investidor. 

No gráfico abaixo fazemos uma comparação do valor recebido por um investidor que coloca R$ 1.000,00 em uma aplicação de renda fixa pós-fixada e a resgata depois de 3 anos. Consideramos diversas opções: LCA que paga 90% do CDI, LCA que paga 95% do CDI, CDB que paga 100% do CDI, CDB que paga 110% do CDI. Adicionamos ainda um investimento no Tesouro Direto, que paga a taxa Selic mais um adicional de 0,1142% ao ano, e um aporte na caderneta de poupança, que paga 0,5% ao mês mais a TR (taxa referencial, que também tende a se mover com a Selic e outras taxas de economia). Sobre o rendimento no Tesouro Direto incidem 15% de IR, enquanto a poupança é isenta.

Supomos que a taxa do CDI, a taxa Selic e a TR se mantêm constantes e iguais aos valores de 13 de junho de 2022, isto é, CDI a 12,65%, Selic a 12,75% ao ano, e TR a 0,17% ao mês. Como mencionamos, esses valores certamente mudarão ao longo do tempo. A ideia aqui não é calcular o valor exato, mas comparar os diversos investimentos: se as taxas acima mudam juntas, o valor final desses investimentos mudará, mas seu ranking, não.





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