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No fim do século passado, quando o Fernando Henrique Cardoso ainda era presidente, o Brasil teve uma breve oportunidade de avançar em direção a um tratado de livre comércio no Hemisfério Ocidental.

Erramos, deixamos passar a oportunidade.

Na década seguinte, os países da América do Sul formaram dois grupos em termos de estratégia comercial. Um escolheu se aproximar dos Estados Unidos e negociar um acordo de livre comércio com o grande vizinho do Norte. O outro optou por agir “independentemente” do vizinho do Norte e apostar no comércio regional ou no chamado comércio Sul-Sul (isto é, com outros países de renda média ou baixa).

A história separou o joio do trigo. Enquanto países como Chile, Colômbia e Peru têm conseguido manter taxas de crescimento positivas mesmo depois do colapso do preço de suas exportações, o Brasil enfrenta uma recessão profunda, acompanhada de paralisia na produção industrial.

Mas por que as escolhas do Brasil deram errado?

Muitos formuladores de política que mais favoreciam a orientação Sul-Sul acreditavam que conseguiriam com aquela estratégia o melhor negócio para a indústria nacional.

Não podiam estar mais errados se achassem que chifre de rinoceronte é cabide para chapéu.

A opção preferencial pelo comércio Sul-Sul e alianças regionais na América do Sul é o problema. Não é coincidência que os países que mais conseguiram se industrializar rapidamente – Japão, Taiwan, Coréia do Sul e, mais recentemente, China – se orientaram para exportar para os Estados Unidos.

Trata-se do maior mercado consumidor do mundo. É também um mercado aberto às importações de produtos industrializados. Quem consegue penetrar no mercado americano passou no teste de qualidade global e pode vender em qualquer outro país.

A Embraer, por exemplo. Construiu uma reputação de qualidade global ao vender para Continental Airlines e American Airlines, não para as Aerolineas Argentinas.

O mercado americano oferece escala e abre portas para conquistar o resto do mundo. Vender no mercado argentino não vai lhe dar isso. Repare: vender no mercado argentino, por 10.000 longos anos, não vai lhe dar isso!

A promessa do novo Itamaraty, de mais afinco no estabelecimento de acordos comerciais com os países ricos, traz, portanto, esperança. O acesso e a conquista dos mercados dos países ricos – do mercado americano, em particular – é um degrau necessário para o desenvolvimento da indústria brasileira. E para subir a escada tem de levantar o pé e dar o primeiro passo.

 

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Quando o Brasil vai se abrir para o mundo desenvolvido?

34698085 - global business network   No fim do século passado, quando o Fernando Henrique Cardoso ainda era presidente, o Brasil teve uma breve oportunidade de avançar em direção a um tratado de livre comércio no Hemisfério Ocidental. Erramos, deixamos passar a oportunidade. Na década seguinte, os países da América do Sul formaram dois grupos em termos de estratégia comercial. Um escolheu se aproximar dos Estados Unidos e negociar um acordo de livre comércio com o grande vizinho do Norte. O outro optou por agir “independentemente” do vizinho do Norte e apostar no comércio regional ou no chamado comércio Sul-Sul (isto é, com outros países de renda média ou baixa). A história separou o joio do trigo. Enquanto países como Chile, Colômbia e Peru têm conseguido manter taxas de crescimento positivas mesmo depois do colapso do preço de suas exportações, o Brasil enfrenta uma recessão profunda, acompanhada de paralisia na produção industrial. Mas por que as escolhas do Brasil deram errado? Muitos formuladores de política que mais favoreciam a orientação Sul-Sul acreditavam que conseguiriam com aquela estratégia o melhor negócio para a indústria nacional. Não podiam estar mais errados se achassem que chifre de rinoceronte é cabide para chapéu. A opção preferencial pelo comércio Sul-Sul e alianças regionais na América do Sul é o problema. Não é coincidência que os países que mais conseguiram se industrializar rapidamente – Japão, Taiwan, Coréia do Sul e, mais recentemente, China – se orientaram para exportar para os Estados Unidos. Trata-se do maior mercado consumidor do mundo. É também um mercado aberto às importações de produtos industrializados. Quem consegue penetrar no mercado americano passou no teste de qualidade global e pode vender em qualquer outro país. A Embraer, por exemplo. Construiu uma reputação de qualidade global ao vender para Continental Airlines e American Airlines, não para as Aerolineas Argentinas. O mercado americano oferece escala e abre portas para conquistar o resto do mundo. Vender no mercado argentino não vai lhe dar isso. Repare: vender no mercado argentino, por 10.000 longos anos, não vai lhe dar isso! A promessa do novo Itamaraty, de mais afinco no estabelecimento de acordos comerciais com os países ricos, traz, portanto, esperança. O acesso e a conquista dos mercados dos países ricos – do mercado americano, em particular – é um degrau necessário para o desenvolvimento da indústria brasileira. E para subir a escada tem de levantar o pé e dar o primeiro passo.   Para ficar por dentro do que rola no Por Quê?, clique aqui e assine a nossa Newsletter.
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