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							Bancos Centrais precisam manter o olho não apenas na inflação, mas também nas expectativas. Afinal, muitos preços da economia são rígidos – eles são reajustados só de tempos em tempos. Quando um reajuste é feito, não se sabe direito de quanto vai ser a inflação até que uma nova mudança seja realizada e, portanto, esse reajuste é baseado em expectativas. Ao manter as expectativas sob controle, o Banco Central também limita o tamanho das mudanças de preço hoje, o que ajuda a controlar a própria inflação.

No Brasil, o Banco Central faz tomadas de opinião junto a consultorias econômicas e ao setor financeiro para ter uma ideia dessas expectativas. É a tal da pesquisa Focus. No gráfico a seguir, podemos visualizar como as expectativas de inflação para este ano e para o próximo evoluíram ao longo de 2022. Cada ponto mostra a mediana* das expectativas para o final de 2022 e 2023, com base em opiniões reportadas pelos participantes da pesquisa Focus entre 3 de janeiro e 4 de novembro deste ano. 


Note que, até início de junho, as duas curvas sobem juntas. A inflação, teimosa, vinha surpreendendo para cima, fazendo com que as expectativas se ajustassem. Mas a partir dali elas seguem caminhos opostos: as expectativas para 2022 despencam, e as expectativas para 2023 sobem. Isso é reflexo de cortes de impostos (combustíveis e energia), de caráter temporário, implementados pelo governo.

Ou seja, os impostos caíram em 2022 (o que tende a puxar a inflação para baixo), mas espera-se que eles voltem a subir em 2023 – aumentando a inflação lá na frente.

Mais recentemente, em particular a partir do final de agosto, as duas séries passam a andar juntas de novo – dessa vez para baixo. Isso provavelmente tem a ver com os impactos defasados da política do Banco Central, que aumentou a taxa Selic de 2% para 13,75% desde o início do ano passado. Esse movimento já começa a empurrar a inflação para baixo agora – e deve continuar a fazer efeito ao longo de 2023.

Apesar das quedas, os dados de expectativas ainda não são consistentes com o cumprimento da meta de inflação do Banco Central. Para o fim de 2022, o centro da meta é 3,5%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima e para baixo. Ou seja, o teto desse intervalo de tolerância é 5%, mas o último dado de expectativas estava na casa dos 5,6%.

Como 2022 já está terminando, a meta dificilmente será alcançada. Mas para 2023 o cenário também não é nada confortável. O centro da meta é mais baixo, 3,25%, o que indica que o teto do intervalo de tolerância é 4,75%. As expectativas estão em 4,9%.  


* Em uma série de dados, a mediana é o valor que fica exatamente no meio – isto é, metade das observações é menor que ela, e metade é maior. 


Fonte dos dados
Expectativa mediana de inflação (IPCA) para o final de 2022 e 2023. 3/1 a 4/11/2022. Sistema de Expectativas de Mercado, Banco Central

Vídeo relacionado
O que esperar da inflação para os próximos meses? | Economia está em Tudo #212


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A expectativa de inflação para 2022 e 2023 | Gráfico da semana

Bancos Centrais precisam manter o olho não apenas na inflação, mas também nas expectativas. Afinal, muitos preços da economia são rígidos – eles são reajustados só de tempos em tempos. Quando um reajuste é feito, não se sabe direito de quanto vai ser a inflação até que uma nova mudança seja realizada e, portanto, esse reajuste é baseado em expectativas. Ao manter as expectativas sob controle, o Banco Central também limita o tamanho das mudanças de preço hoje, o que ajuda a controlar a própria inflação.

No Brasil, o Banco Central faz tomadas de opinião junto a consultorias econômicas e ao setor financeiro para ter uma ideia dessas expectativas. É a tal da pesquisa Focus. No gráfico a seguir, podemos visualizar como as expectativas de inflação para este ano e para o próximo evoluíram ao longo de 2022. Cada ponto mostra a mediana* das expectativas para o final de 2022 e 2023, com base em opiniões reportadas pelos participantes da pesquisa Focus entre 3 de janeiro e 4 de novembro deste ano. 


Note que, até início de junho, as duas curvas sobem juntas. A inflação, teimosa, vinha surpreendendo para cima, fazendo com que as expectativas se ajustassem. Mas a partir dali elas seguem caminhos opostos: as expectativas para 2022 despencam, e as expectativas para 2023 sobem. Isso é reflexo de cortes de impostos (combustíveis e energia), de caráter temporário, implementados pelo governo.

Ou seja, os impostos caíram em 2022 (o que tende a puxar a inflação para baixo), mas espera-se que eles voltem a subir em 2023 – aumentando a inflação lá na frente.

Mais recentemente, em particular a partir do final de agosto, as duas séries passam a andar juntas de novo – dessa vez para baixo. Isso provavelmente tem a ver com os impactos defasados da política do Banco Central, que aumentou a taxa Selic de 2% para 13,75% desde o início do ano passado. Esse movimento já começa a empurrar a inflação para baixo agora – e deve continuar a fazer efeito ao longo de 2023.

Apesar das quedas, os dados de expectativas ainda não são consistentes com o cumprimento da meta de inflação do Banco Central. Para o fim de 2022, o centro da meta é 3,5%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima e para baixo. Ou seja, o teto desse intervalo de tolerância é 5%, mas o último dado de expectativas estava na casa dos 5,6%.

Como 2022 já está terminando, a meta dificilmente será alcançada. Mas para 2023 o cenário também não é nada confortável. O centro da meta é mais baixo, 3,25%, o que indica que o teto do intervalo de tolerância é 4,75%. As expectativas estão em 4,9%.  


* Em uma série de dados, a mediana é o valor que fica exatamente no meio – isto é, metade das observações é menor que ela, e metade é maior. 


Fonte dos dados
Expectativa mediana de inflação (IPCA) para o final de 2022 e 2023. 3/1 a 4/11/2022. Sistema de Expectativas de Mercado, Banco Central

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