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							No fim da semana retrasada, o Ministério da Fazenda divulgou sua proposta para a nova regra fiscal. Conforme comentamos, a proposta é ambiciosa, com a intenção de gerar superávits primários em poucos anos – isto é, fazer com que a arrecadação do governo supere suas despesas, sem contar o pagamento de juros da dívida. Isso é crucial para estabilizar a dívida pública brasileira no longo prazo.

No entanto, detalhes importantes não foram divulgados. O arcabouço pressupõe uma expansão considerável da arrecadação de impostos, e não está claro que passos serão adotados para tal. Assim, ficaram muitas dúvidas sobre a capacidade das regras propostas de sinalizar contas públicas arrumadas.

Um sinal mais firme de responsabilidade fiscal faria com que a dívida brasileira fosse vista como menos arriscada. Com isso, investidores cobrariam um prêmio mais baixo para financiar o governo, permitindo quedas nas taxas de juros. Nos dados, entretanto, houve pouco movimento nas expectativas para a Selic – a taxa básica de juros – na sequência do anúncio do arcabouço.

Podemos ver isso no gráfico abaixo, que mostra as expectativas de mercado para a Selic no final de 2023, 2024 e 2025. Os dados são diários e cobrem o período de 2 de janeiro a 6 de abril de 2023. Eles são oriundos da pesquisa Focus, do Banco Central, que coleta opiniões de agentes do mercado financeiro e de consultorias econômicas sobre os rumos das principais variáveis macroeconômicas da economia brasileira, em diferentes intervalos de tempo. Os valores mostrados são medianas* dessas opiniões.



Note que, nas últimas semanas, estas expectativas mantiveram-se bastante estáveis. Ou seja, mesmo com o anúncio do arcabouço, não há indicação de mudança de percepção sobre os rumos da Selic.

Isso bate com nossa avaliação de que há ainda muitas dúvidas sobre a capacidade da nova regra fiscal de tornar o perfil da dívida brasileira mais seguro e derrubar os juros de maneira consistente.


* Em uma série de dados, a mediana é o valor que fica exatamente no meio – isto é, metade das observações é menor que ela, e metade é maior.


Fonte dos dados:

Banco Central do Brasil. Sistema de Expectativas de Mercado. Expectativa mediana para a taxa Selic (% ao ano). Período de 02/01/2023 a 06/04/2023.  

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O arcabouço fiscal e as expectativas sobre a Selic | Gráfico da Semana

No fim da semana retrasada, o Ministério da Fazenda divulgou sua proposta para a nova regra fiscal. Conforme comentamos, a proposta é ambiciosa, com a intenção de gerar superávits primários em poucos anos – isto é, fazer com que a arrecadação do governo supere suas despesas, sem contar o pagamento de juros da dívida. Isso é crucial para estabilizar a dívida pública brasileira no longo prazo.

No entanto, detalhes importantes não foram divulgados. O arcabouço pressupõe uma expansão considerável da arrecadação de impostos, e não está claro que passos serão adotados para tal. Assim, ficaram muitas dúvidas sobre a capacidade das regras propostas de sinalizar contas públicas arrumadas.

Um sinal mais firme de responsabilidade fiscal faria com que a dívida brasileira fosse vista como menos arriscada. Com isso, investidores cobrariam um prêmio mais baixo para financiar o governo, permitindo quedas nas taxas de juros. Nos dados, entretanto, houve pouco movimento nas expectativas para a Selic – a taxa básica de juros – na sequência do anúncio do arcabouço.

Podemos ver isso no gráfico abaixo, que mostra as expectativas de mercado para a Selic no final de 2023, 2024 e 2025. Os dados são diários e cobrem o período de 2 de janeiro a 6 de abril de 2023. Eles são oriundos da pesquisa Focus, do Banco Central, que coleta opiniões de agentes do mercado financeiro e de consultorias econômicas sobre os rumos das principais variáveis macroeconômicas da economia brasileira, em diferentes intervalos de tempo. Os valores mostrados são medianas* dessas opiniões.



Note que, nas últimas semanas, estas expectativas mantiveram-se bastante estáveis. Ou seja, mesmo com o anúncio do arcabouço, não há indicação de mudança de percepção sobre os rumos da Selic.

Isso bate com nossa avaliação de que há ainda muitas dúvidas sobre a capacidade da nova regra fiscal de tornar o perfil da dívida brasileira mais seguro e derrubar os juros de maneira consistente.


* Em uma série de dados, a mediana é o valor que fica exatamente no meio – isto é, metade das observações é menor que ela, e metade é maior.


Fonte dos dados:

Banco Central do Brasil. Sistema de Expectativas de Mercado. Expectativa mediana para a taxa Selic (% ao ano). Período de 02/01/2023 a 06/04/2023.  

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