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														Você sabe o que é mudança climática?
Você conhece a relação entre as atividades humanas e as emissões de gases de efeito estufa (GEE)?
Você já ouviu falar de injustiça climática?
Você sabe tomar decisões pensando em mitigação e adaptação aos efeitos das mudanças climáticas?

Apenas uma em cada dez pessoas no Brasil consegue responder corretamente a essas perguntas.

As mudanças climáticas são alterações significativas e duradouras nos padrões climáticos da Terra ao longo do tempo. Esse fenômeno afeta diversos elementos do clima, como temperatura, precipitação, ventos e padrões climáticos regionais, sendo considerado um dos maiores desafios enfrentados pela humanidade.

A mudança climática é impulsionada pelo aumento das concentrações de GEE na atmosfera, cujos principais fatores motivadores são as atividades humanas, como a queima de combustíveis fósseis, o desmatamento e a agricultura intensiva. Os efeitos das mudanças climáticas são abrangentes e incluem aquecimento global, mudanças nos padrões de chuva e seca, aumento do nível do mar, derretimento de geleiras e calotas polares, acidificação dos oceanos, além do aumento da frequência e intensidade de eventos climáticos extremos, como tempestades, ondas de calor e inundações.

Isso causa impactos significativos negativos na biodiversidade, nos ecossistemas, na agricultura, na disponibilidade de água, na saúde humana e em muitos aspectos socioeconômicos, inclusive na injustiça climática.

A injustiça climática se refere às disparidades e desigualdades na distribuição dos ônus e impactos das mudanças climáticas. Apesar de ser um fenômeno global, seus efeitos são sentidos de forma desproporcional por comunidades e países vulneráveis. As pessoas que contribuem menos para as emissões de GEE sofrem mais com os impactos de eventos climáticos extremos, com a escassez de recursos naturais e com a perda de meios de subsistência. Muitas vezes, essas comunidades têm menos recursos e capacidade para se adaptar e se recuperar dos danos causados pelas mudanças climáticas, e delas surgem muito refugiados climáticos, pessoas forçadas a deixar suas casas em busca de regiões mais seguras.

Embora os eventos climáticos extremos tenham ocupado mais espaço na mídia e nas redes sociais, ainda enfrentamos um problema de analfabetismo climático. O conhecimento das mudanças climáticas, de suas causas, seus impactos e de potenciais soluções ainda é limitado.

Para lidar efetivamente com esse desafio complexo, é fundamental desenvolvermos o letramento climático, que envolve a capacidade de compreender, interpretar e tomar decisões levando em consideração as questões climáticas. Isso inclui o conhecimento dos fundamentos científicos das mudanças climáticas e seus impactos. Esse conhecimento é essencial para a formulação de políticas e a tomada de decisões informadas em níveis global, nacional e local.

A compreensão de políticas públicas, acordos internacionais e de soluções inovadoras é importante para que todo cidadão possa exigir medidas eficazes de nossos governantes e contribuir para uma ação coletiva mais robusta.

O letramento climático também envolve a capacidade de discernir informações confiáveis sobre o clima. Diante do aumento das notícias falsas e da desinformação, é fundamental saber identificar fontes confiáveis com dados científicos sólidos para formar opiniões e tomar decisões relacionadas às mudanças climáticas.

Para tanto, é essencial que o tema seja integrado de forma transversal nos currículos escolares, desde o ensino fundamental até o ensino superior. Isso demanda capacitar professores, desenvolver conteúdos apropriados e utilizar metodologias de ensino e aprendizagem que incentivem o protagonismo nas questões relacionadas ao clima.

Esse conhecimento nos auxiliará a pressionar pela implementação de medidas de mitigação, que incluem aumentar o investimento em energias renováveis, eficiência energética, transporte sustentável, gestão de resíduos, agricultura sustentável, reflorestamento e conservação ambiental.

No que diz respeito às medidas de adaptação, é importante construirmos infraestruturas mais resilientes, como, por exemplo, sistemas de drenagem eficientes, fazendo uso de materiais resistentes ao clima. Devemos desenvolver estratégias para melhor gerenciar os recursos hídricos, considerando padrões de chuva alterados e períodos de seca prolongada. Isso envolve a construção de reservatórios, a implementação de técnicas de conservação de água e um planejamento adequado do uso desse recurso.

A adoção de culturas resistentes à seca, a implementação de sistemas de irrigação eficientes e a diversificação das culturas podem aumentar a resiliência da agricultura.

O investimento em tecnologias como sistemas de monitoramento e previsão do clima permitirá uma melhor preparação e resposta aos impactos climáticos.

Além disso, é crucial conservar e restaurar ecossistemas naturais, como manguezais, florestas e recifes de coral, que desempenham um papel importante na provisão de serviços ecossistêmicos vitais para a proteção do clima.

O planejamento urbano também deve incluir a expansão de áreas verdes, o planejamento de espaços de drenagem e a promoção de práticas de construção sustentável. Isso ajuda a reduzir a vulnerabilidade das áreas urbanas aos eventos climáticos extremos.

No nível individual, a mudança de comportamento inclui a adoção de práticas de consumo sustentável, como a escolha de produtos e serviços com menor impacto ambiental ao longo de seu ciclo de vida. Outra mudança fundamental é a opção por fontes de energia renováveis em vez de combustíveis fósseis, como a instalação de painéis solares ou a escolha de fornecedores de energia que utilizem energia limpa em suas operações. No que diz respeito à mobilidade, dar preferência a opções de transporte de baixo impacto, como caminhar, andar de bicicleta ou usar o transporte compartilhado ou público. Implementar práticas de redução de desperdício, reciclagem e reutilização em nível pessoal e empresarial também é importante para reduzir o uso excessivo de recursos, como água e energia. Além disso, é fundamental considerar critérios de sustentabilidade ao fazer investimentos financeiros, preferindo investir em empresas com práticas sustentáveis, fundos de investimento socialmente responsáveis e projetos que promovam ações climáticas positivas.

Por fim, é importante participar de movimentos sociais e apoiar a advocacia em prol de políticas e práticas mais sustentáveis. Isso inclui apoiar iniciativas de sustentabilidade e pressionar líderes públicos e empresariais a adotar práticas mais responsáveis.

O letramento climático nos leva a compreender como nossas ações diárias afetam o clima e outras pessoas e pode potencializar o protagonismo na adoção de práticas sustentáveis, visando minimizar os impactos negativos e a construção de um futuro sustentável, seguro, justo e inclusivo.



COLUNA PUBLICADA NA FOLHA DE S.PAULO

Conheça o glossário de termos sobre questões ambientais do PQ? 



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Por que precisamos de letramento climático?

Você sabe o que é mudança climática?
Você conhece a relação entre as atividades humanas e as emissões de gases de efeito estufa (GEE)?
Você já ouviu falar de injustiça climática?
Você sabe tomar decisões pensando em mitigação e adaptação aos efeitos das mudanças climáticas?

Apenas uma em cada dez pessoas no Brasil consegue responder corretamente a essas perguntas.

As mudanças climáticas são alterações significativas e duradouras nos padrões climáticos da Terra ao longo do tempo. Esse fenômeno afeta diversos elementos do clima, como temperatura, precipitação, ventos e padrões climáticos regionais, sendo considerado um dos maiores desafios enfrentados pela humanidade.

A mudança climática é impulsionada pelo aumento das concentrações de GEE na atmosfera, cujos principais fatores motivadores são as atividades humanas, como a queima de combustíveis fósseis, o desmatamento e a agricultura intensiva. Os efeitos das mudanças climáticas são abrangentes e incluem aquecimento global, mudanças nos padrões de chuva e seca, aumento do nível do mar, derretimento de geleiras e calotas polares, acidificação dos oceanos, além do aumento da frequência e intensidade de eventos climáticos extremos, como tempestades, ondas de calor e inundações.

Isso causa impactos significativos negativos na biodiversidade, nos ecossistemas, na agricultura, na disponibilidade de água, na saúde humana e em muitos aspectos socioeconômicos, inclusive na injustiça climática.

A injustiça climática se refere às disparidades e desigualdades na distribuição dos ônus e impactos das mudanças climáticas. Apesar de ser um fenômeno global, seus efeitos são sentidos de forma desproporcional por comunidades e países vulneráveis. As pessoas que contribuem menos para as emissões de GEE sofrem mais com os impactos de eventos climáticos extremos, com a escassez de recursos naturais e com a perda de meios de subsistência. Muitas vezes, essas comunidades têm menos recursos e capacidade para se adaptar e se recuperar dos danos causados pelas mudanças climáticas, e delas surgem muito refugiados climáticos, pessoas forçadas a deixar suas casas em busca de regiões mais seguras.

Embora os eventos climáticos extremos tenham ocupado mais espaço na mídia e nas redes sociais, ainda enfrentamos um problema de analfabetismo climático. O conhecimento das mudanças climáticas, de suas causas, seus impactos e de potenciais soluções ainda é limitado.

Para lidar efetivamente com esse desafio complexo, é fundamental desenvolvermos o letramento climático, que envolve a capacidade de compreender, interpretar e tomar decisões levando em consideração as questões climáticas. Isso inclui o conhecimento dos fundamentos científicos das mudanças climáticas e seus impactos. Esse conhecimento é essencial para a formulação de políticas e a tomada de decisões informadas em níveis global, nacional e local.

A compreensão de políticas públicas, acordos internacionais e de soluções inovadoras é importante para que todo cidadão possa exigir medidas eficazes de nossos governantes e contribuir para uma ação coletiva mais robusta.

O letramento climático também envolve a capacidade de discernir informações confiáveis sobre o clima. Diante do aumento das notícias falsas e da desinformação, é fundamental saber identificar fontes confiáveis com dados científicos sólidos para formar opiniões e tomar decisões relacionadas às mudanças climáticas.

Para tanto, é essencial que o tema seja integrado de forma transversal nos currículos escolares, desde o ensino fundamental até o ensino superior. Isso demanda capacitar professores, desenvolver conteúdos apropriados e utilizar metodologias de ensino e aprendizagem que incentivem o protagonismo nas questões relacionadas ao clima.

Esse conhecimento nos auxiliará a pressionar pela implementação de medidas de mitigação, que incluem aumentar o investimento em energias renováveis, eficiência energética, transporte sustentável, gestão de resíduos, agricultura sustentável, reflorestamento e conservação ambiental.

No que diz respeito às medidas de adaptação, é importante construirmos infraestruturas mais resilientes, como, por exemplo, sistemas de drenagem eficientes, fazendo uso de materiais resistentes ao clima. Devemos desenvolver estratégias para melhor gerenciar os recursos hídricos, considerando padrões de chuva alterados e períodos de seca prolongada. Isso envolve a construção de reservatórios, a implementação de técnicas de conservação de água e um planejamento adequado do uso desse recurso.

A adoção de culturas resistentes à seca, a implementação de sistemas de irrigação eficientes e a diversificação das culturas podem aumentar a resiliência da agricultura.

O investimento em tecnologias como sistemas de monitoramento e previsão do clima permitirá uma melhor preparação e resposta aos impactos climáticos.

Além disso, é crucial conservar e restaurar ecossistemas naturais, como manguezais, florestas e recifes de coral, que desempenham um papel importante na provisão de serviços ecossistêmicos vitais para a proteção do clima.

O planejamento urbano também deve incluir a expansão de áreas verdes, o planejamento de espaços de drenagem e a promoção de práticas de construção sustentável. Isso ajuda a reduzir a vulnerabilidade das áreas urbanas aos eventos climáticos extremos.

No nível individual, a mudança de comportamento inclui a adoção de práticas de consumo sustentável, como a escolha de produtos e serviços com menor impacto ambiental ao longo de seu ciclo de vida. Outra mudança fundamental é a opção por fontes de energia renováveis em vez de combustíveis fósseis, como a instalação de painéis solares ou a escolha de fornecedores de energia que utilizem energia limpa em suas operações. No que diz respeito à mobilidade, dar preferência a opções de transporte de baixo impacto, como caminhar, andar de bicicleta ou usar o transporte compartilhado ou público. Implementar práticas de redução de desperdício, reciclagem e reutilização em nível pessoal e empresarial também é importante para reduzir o uso excessivo de recursos, como água e energia. Além disso, é fundamental considerar critérios de sustentabilidade ao fazer investimentos financeiros, preferindo investir em empresas com práticas sustentáveis, fundos de investimento socialmente responsáveis e projetos que promovam ações climáticas positivas.

Por fim, é importante participar de movimentos sociais e apoiar a advocacia em prol de políticas e práticas mais sustentáveis. Isso inclui apoiar iniciativas de sustentabilidade e pressionar líderes públicos e empresariais a adotar práticas mais responsáveis.

O letramento climático nos leva a compreender como nossas ações diárias afetam o clima e outras pessoas e pode potencializar o protagonismo na adoção de práticas sustentáveis, visando minimizar os impactos negativos e a construção de um futuro sustentável, seguro, justo e inclusivo.



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