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A taxa de juros como um preço

Como discutimos no cartão anterior, quando poupamos, estamos trocando consumo no presente por consumo do futuro. E vice-versa no caso de endividamento. Podemos colocar essa troca em termos de custo de oportunidade. Em particular, o custo de poupar um pouco a mais é o consumo que deixamos de usufruir no presente; e o custo de tomar emprestado é o consumo de que abrimos mão no futuro, quando será necessário saldar a dívida contraída.

Conforme discutido nos cartões anteriores, esse custo de oportunidade é expresso por um preço relativo. No nosso caso, é o preço do consumo no presente vis-à-vis no futuro. Esse preço está intimamente ligado à taxa de juros associada ao empréstimo ou à poupança.
Pense no caso do endividamento: se você quer tomar emprestado 1 real a mais hoje (para aumentar seu consumo no presente), você terá de repagar no futuro esse montante, acrescido da taxa de juros (r). Isso implica que seu consumo no futuro terá que se reduzir em (1+r) reais como consequência.

Em outras palavras, 1 real a mais hoje “custa” (1+r) reais em termos de consumo no futuro. O preço relativo do consumo hoje é, então, (1+r)/1 = 1+r reais.

É crucial entender a taxa de juros como um preço quando tomamos uma decisão de poupança/endividamento. Há diversas opções de produtos financeiros por aí, então é importante comparar esses preços (tanto para poupar como para tomar emprestado) – especialmente no Brasil, onde as taxas de juros são altas.

Observação: a taxa de juros a que nos referimos acima (r) é a taxa de juros real, isto é, já expurgando o efeito da inflação. Veja mais detalhes aqui.

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