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A taxa de juros como um preço no mercado de crédito

Quando uma pessoa contrai um empréstimo, ela está antecipando um recurso no tempo. Ela utiliza esse recurso hoje (por exemplo, para abrir um negócio), e devolve ao credor no futuro. Mas, por essa antecipação, ela tem que pagar um preço, que é a taxa de juros. Quanto maior a taxa de juros, mais cara é a antecipação.


Já o poupador está abrindo de mão de um recurso hoje, que ele poderia usar para consumir, por exemplo. Na verdade, ele está postergando o uso desse recurso para outra oportunidade. Para fazer isso, ele demanda uma recompensa, que são os juros recebidos pelo empréstimo. Quanto maior a taxa de juros, maior o retorno de poupar (pois mais se consegue no futuro para cada real poupado hoje).

A taxa de juros atua como um preço no mercado de crédito. Nesse mercado, a oferta de crédito é dada pelos poupadores e a demanda pelos tomadores de empréstimos. A taxa de juros, como um preço, atua de modo a balancear essas forças de oferta e demanda, fazendo com que as decisões de tomadores e poupadores sejam compatíveis.

Podemos utilizar a mesma lógica dos cartões de Oferta e Demanda para entender esse mecanismo. Seja r* a taxa de juros que faz com que a quantidade de empréstimos que os tomadores desejam contrair iguale a quantidade de recursos que os emprestadores desejam poupar. Especificamente, r* é a taxa de juros de equilíbrio.

Se a taxa de juros fosse maior que r*, mais gente desejaria poupar, porém menos pessoas gostariam de tomar emprestado. Teríamos então um excesso de oferta nesse mercado, pressionando o preço (no caso, a taxa de juros) para baixo – na direção de r*.

Analogamente, se a taxa de juros fosse mais baixa que r*, haveria desincentivo à poupança e incentivo à tomada de empréstimos. Teríamos então um descompasso entre oferta de demanda, configurando um excesso de demanda de crédito. A escassez mais aguda faz então com que o preço suba, movendo-se na direção de r*.    

Logicamente, mudanças na oferta e demanda nesse mercado afetam a taxa de juros de equilíbrio. Por exemplo, suponha uma sociedade em que os indivíduos tem um viés muito forte a consumir no presente, e portanto estão pouco propensos a abrir mão de recursos para o futuro. Nessa sociedade a oferta de crédito é baixa, o que implica que o crédito é relativamente caro – a taxa de juros de equilíbrio é elevada.

Outro exemplo: a poupança total da economia é dada pelas poupanças do setor privado e do setor público. Se o governo gasta demais, ele reduz a poupança pública e, consequentemente, a poupança total da economia. Dessa forma, a oferta de crédito total cai, elevando a taxa de juros de equilíbrio. 

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