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Por que precisamos de intermediários financeiros?

Para entender a importância do sistema, pense como seria um mundo em que esse intermediário não existisse. Suponha que normalmente você ganha mais do que gasta, e quer guardar uma grana para uma emergência ou para se aposentar no futuro. Deixar esses recursos em dinheiro, “debaixo do colchão”, não é um bom negócio: além de não ser remunerado, você verá a inflação corroer o poder de compra da sua poupança ao longo do tempo.

Melhor emprestar o dinheiro a alguém que lhe pagará juros por ele. Para tanto, você teria que procurar um indivíduo que esteja precisando de recursos, o que em si já é um custo. Mas suponha que você encontre meia dúzia de empreendedores que estejam querendo abrir um negócio. Você pode colocar seu dinheiro em uma fábrica de copos, em uma sorveteria, em uma fazenda de gado, em uma empreiteira etc. Como decidir?

Em geral essa é uma escolha complicada, especialmente quando você não tem muita informação sobre cada uma dessas iniciativas. Há uma boa chance de que você coloque seu dinheiro em uma atividade que não prosperará, o que fará com que você saia perdendo muito.

Além disso, uma vez realizado o investimento, você precisaria monitorar o empresário, para que as ações dele conduzam ao sucesso do negócio – por exemplo, para garantir que ele use o dinheiro emprestado para aumentar a capacidade de produção da firma, e não para pagar suas despesas pessoais. Afinal, ele nem sempre é incentivado a andar na linha, pois o eventual fracasso será compartilhado com você, que colocou o dinheiro lá.

Tudo isso, para o investidor individual, envolveria custos consideráveis: encontrar pessoas interessadas em tomar emprestado, colher informações sobre potenciais tomadores, monitorar o empresário financiado. Fora o risco de perder dinheiro por uma eventual falência.

Muita gente provavelmente optaria por não encarar essa empreitada. Melhor deixar a grana debaixo do colchão. Eventuais ganhos ao emprestá-la não compensariam os custos e riscos envolvidos.

Na outra ponta, pessoas que precisam tomar dinheiro emprestado ficariam a ver navios. Diversos consumidores não conseguiriam comprar imóveis, veículos ou bens duráveis. Empreendedores não teriam condições de iniciar seus negócios, planos de investimento de empresas ficariam comprometidos etc. Isso prejudicaria, em última instância, o desenvolvimento do país.

Aqui entra o sistema financeiro. Você coloca seu dinheiro em um banco, que encontrará uma forma de emprestá-lo. A instituição se encarrega de coletar informações sobre emprestadores e seus negócios e de monitorar aqueles que tiveram os empréstimos aprovados. Você, como investidor individual, não precisa fazer essas tarefas.

Esse é o business do banco. Ele presta o serviço de captar recursos de poupadores e de selecionar e monitorar emprestadores. Como em qualquer empresa, o interesse dos donos é ganhar dinheiro. Parte do lucro do banco vem justamente da diferença entre a taxa de juros que ele cobra dos emprestadores e a taxa de juros com que remunera os poupadores.

O risco para o investidor é, ainda, severamente reduzido pelo sistema financeiro. Afinal, o banco capta recursos de vários investidores, e não colocará tudo em uma empresa só. Alguns desses negócios financiados vão falir, mas isso será compensado pelos ganhos oriundos do sucesso de outros empreendimentos.

Dessa forma, investidores sentem-se mais confortáveis em emprestar seu dinheiro, pois podem obter algum retorno com segurança, sem ter de incorrer em custos de seleção e monitoramento dos negócios financiados. E isso acaba trazendo recursos para o sistema, viabilizando empréstimos, empreendedorismo e expansão da capacidade produtiva.

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